Primeiro Podcast Finalizado



Após as diversas etapas de produção do podcast: da criação de vinhetas, edição, transições etc., às reuniões agendadas para discussão do que deveria ser feito, temos finalizado o nosso primeiro podcast. Podcast que é parte de nosso projeto para o laboratório: Transdisciplinaridade do Texto Literário.
Nele estão reunidos: comentários sobre o gênero crônica, storytelling do conto "Recordação", de Antonio Prata, recomendação de outros autores. Tudo isso num bate-papo tranquilo sobre o tema.
Os áudios gravados de uma conferência de Skype (que apresentaram algumas interferências e ruídos) foram substituídos, durante a edição do podcast, pelos áudios gravados pelo celular por cada um dos integrantes.
Para um primeiro podcast produzido, acreditamos ter atingindo um bom resultado. Mudamos durante a produção do podcast algumas ideias que tínhamos sobre como trabalhar com essa mídia em sala de aula.
Chegamos à conclusão de que além da produção de um podcast pelos próprios alunos, poderíamos usá-lo também como complemento às aulas dadas em sala de aula: como espécie de reforço. Uma maneira de os alunos estarem - por um tempo a mais - em contato com o assunto discutido em sala de aula.
Então é isso... Espero que tenham gostado do resultado!
Agradecemos ao Professor Orlando pelas conversas e sugestões fornecidas durante e depois das aulas. E aos colegas integrantes do grupo que estiveram sempre comprometidos na produção do podcast.
Até a Próxima Página!


Trilha sonora do Podcast:
  • FatBoy Slim - Weapon of Choice
  • Criolo - Bogotá 
  • Chico Buarque - Tua Cantiga
  • Cake - Never There
  • Ludov - Mais Uma Vez

Storytelling - Recordação de Antonio Prata





Algumas observações:
  • Buscamos na crônica uma forma de trabalhar (num primeiro momento) com textos curtos e dessa forma facilitar a produção do storytelling
  • Durante a produção, notamos que - para um melhor resultado - a adaptação/tradução de um meio para outro é necessário e de que não precisamos ser tão fiéis ao texto, e sim, à sua ideia.


Atualização 1: Após alguns ajustes na edição, aí está a versão final do storytelling de "Recordação", do Antonio Prata.






Atualização 2Segue abaixo trecho da entrevista de Antonio Prata concedida ao canal Estúdio Fluxo (no programa Fluxo de Consciência: https://youtu.be/WeVugtvWgAc).
Na entrevista ele fala sobre política, processo criativo e mais especificamente sobre crônicas (e como se deu a criação de uma de suas crônicas mais famosas: Recordação).






Roteiro para a gravação do podcast



Roteiro

Interlocutor:
Início da emissão; boas-vindas aos ouvintes e apresentação do ‘Próxima Página’: propósito do blog.

[transição: saúda e apresenta os demais interlocutores; pergunta “o que temos para hoje”] 

Interlocutor 2: 
Nossa primeira emissão é dedicada ao gênero Crônica. Cabe, então, começar com uma definição de fácil compreensão para, em seguida, expor e comentar o ensaio de A. Candido.

[transição: pergunta “quem é o leitor do gênero crônica?”] 

Interlocutor 3:
Perfil do leitor e situações de leitura

[transição: cita a frase de Antônio Prata – “A crônica, na minha visão, é um olhar atento sobre uma coisa pequenininha; é uma lupa que você bota sobre um assunto. Então você não precisa de um grande acontecimento pra fazer uma crônica... ela depende mais do tempo de elaboração em cima do pequeno assunto do que de uma ideia genial que você teve”. Passa a palavra mencionando a relevância do storytelling] 

Interlocutor 1: 
O lugar do Storytelling como técnica discursiva

[transição: breve comentário sobre o efeito da “coluna que conta histórias” em um jornal; que efeito a crônica tem sobre o leitor?] 

Interlocutor 2: 
As faces da crônica: o jornalístico, o humorístico, o lírico, o haikai, as sagas

[transição: lembra que um capixaba consagrou-se como o maior expoente do gênero crônica no Brasil] 

Interlocutor 3:
Rubem Braga – o maior cronista de todos

[final: agradecimento pela audiência e dica de leitura – Recordação de Antônio Prata e Cafezinho de Rubem Braga.] 


Relatório 02: gênero literário, storytelling e nova gravação


Decidimos que o primeiro texto a ser trabalhado deveria ser um texto curto.
Entre o conto e a crônica, optamos pelo segundo.
E a crônica escolhida foi Recordação, de Antonio Prata (publicada em 05/06/2013 na Folha de São Paulo) .
O motivo da escolha foi, primeiro, por ser tratar de um texto curto, o que nos possibilita (e facilita) adaptarmos o texto para storytelling.
E segundo, por termos a nossa disposição alguns áudios relacionados ao autor e à crônica que nos auxiliará na tarefa.
Estamos na fase de criação de uma nova abertura e trilha sonora para o programa e em busca por alguns efeitos sonoros que estarão presentes da adaptação do texto para áudio.

Outra ideia é que as gravações (da abertura, do storytelling e do podcast/apresentação) sejam feitas separadamente, assim como sua publicação.


Abertura:

Atualização: Devido a problemas de direitos autorais, foi necessário hospedar esse arquivo de áudio com a abertura do programa no Drive. E de lá, recuperar o código HTML para aqui ser hospedado.


Atualização: abaixo, a crônica na íntegra. No link, acima disponibilizado, o texto não surge por completo.

Cronica:


Recordação
Antonio Prata


"Hoje a gente ia fazer 25 anos de casado", ele disse, me olhando pelo retrovisor. Fiquei sem reação: tinha pegado o táxi na Nove de Julho, o trânsito estava ruim, levamos meia hora para percorrer a Faria Lima e chegar à rua dos Pinheiros, tudo no mais asséptico silêncio, aí, então, ele me encara pelo espelhinho e, como se fosse a continuação de uma longa conversa, solta essa: "Hoje a gente ia fazer 25 anos de casado".

Meu espanto, contudo, não durou muito, pois ele logo emendou: "Nunca vou esquecer: 1º de junho de 1988. A gente se conheceu num barzinho, lá em Santos, e dali pra frente nunca ficou um dia sem se falar! Até que cinco anos atrás... Fazer o que, né? Se Deus quis assim...".

Houve um breve silêncio, enquanto ultrapassávamos um caminhão de lixo e consegui encaixar um "Sinto muito". "Obrigado. No começo foi complicado, agora tô me acostumando. Mas sabe que que é mais difícil? Não ter foto dela." "Cê não tem nenhuma?" "Não, tenho foto, sim, eu até fiz um álbum, mas não tem foto dela fazendo as coisas dela, entendeu? Que nem: tem ela no casamento da nossa mais velha, toda arrumada. Mas ela não era daquele jeito, com penteado, com vestido. Sabe o jeito que eu mais lembro dela? De avental. Só que toda vez que tinha almoço lá em casa, festa e alguém aparecia com uma câmera na cozinha, ela tirava correndo o avental, ia arrumar o cabelo, até ficar de um jeito que não era ela. Tenho pensado muito nisso aí, das fotos, falo com os passageiros e tal e descobri que é assim, é do ser humano, mesmo. A pessoa, olha só, a pessoa trabalha todo dia numa firma, vamos dizer, todo dia ela vai lá e nunca tira uma foto da portaria, do bebedor, do banheiro, desses lugares que ela fica o tempo inteiro. Aí, num fim de semana ela vai pra uma praia qualquer, leva a câmera, o celular e tchuf, tchuf, tchuf. Não faz sentido, pra que que a pessoa quer gravar as coisas que não são da vida dela e as coisas que são, não? Tá acompanhando? Não tenho uma foto da minha esposa no sofá, assistindo novela, mas tem uma dela no jet ski do meu cunhado, lá na Guarapiranga. Entro aqui na Joaquim?" "Isso."

"Ano passado me deu uma agonia, uma saudade, peguei o álbum, só tinha aqueles retratos de casório, de viagem, do jet ski, sabe o que eu fiz? Fui pra Santos. Sei lá, quis voltar naquele bar." "E aí?!" "Aí que o bar tinha fechado em 94, mas o proprietário, um senhor de idade, ainda morava no imóvel. Eu expliquei a minha história, ele falou: 'Entra'. Foi lá num armário, trouxe uma caixa de sapatos e disse: 'É tudo foto do bar, pode escolher uma, leva de recordação'."

Paramos num farol. Ele tirou a carteira do bolso, pegou a foto e me deu: umas 50 pessoas pelas mesas, mais umas tantas no balcão. "Olha a data aí no cantinho, embaixo." "Primeiro de junho de 1988?" "Pois é. Quando eu peguei essa foto e vi a data, nem acreditei, corri o olho pelas mesas, vendo se achava nós aí no meio, mas não. Todo dia eu olho essa foto e fico danado, pensando: será que a gente ainda vai chegar ou será que a gente já foi embora? Vou morrer com essa dúvida. De qualquer forma, taí o testemunho: foi nesse lugar, nesse dia, tá fazendo 25 anos, hoje. Ali do lado da banca, tá bom pra você?"


Atualização:

Leitura complementar à elaboração do roteiro para a emissão (estamos em fase de construção do roteiro)

* CANDIDO, Antonio. "A vida ao rés-do-chão". In: Para gostar de ler: Crônicas. v. 5, São Paulo: Atica, 1981-4, p. 13-22

* PESAVENTO, S. J. "Crônica: A leitura sensível do tempo". Revista Anos 90 da UFRGS, Porto Alegre, v. 5, n. 7, p. 29-37, julho 1997

* COUTINHO, E. F. "A Crônica de Rubem Braga: Os Trópicos em Palimpsesto". Revista Signótica da UFG, Goiânia, v. 18, n. 1, p. 43-57, jan./jun. 2006

* KIELING, A. S. "Narrativas digitais interativas e o uso da tecnologia como narrador implícito". Revista FAMECOS, Porto Alegre, v. 19. n. 3, p. 739-758, set./dez. 2012

* CUNHA, K. M. R. & MANTELLO, P. F. "Era uma vez a notícia: Storytelling como técnica de redação de textos jornalísticos". Revista Comunicação Midiática, Bauru/SP, v.9, n.2, p. 56-67, mai./ago. 2014


Vídeo:

Antonio Prata - Crônicas [AGENDA]

Relatório 01: Gravação, edições e as primeiras dificuldades




Após discussão e elaboração de uma primeira versão do projeto: “Auto oficina” e Criação de podcasts voltados para a discussão de textos literários, decidimos criar uma espécie de drops intitulado "Dicas de leitura" para que pudéssemos observar quais as dificuldades que iríamos enfrentar durante a produção.

Nossa ideia inicial, seria a criação de um podcast tendo como público-alvo, alunos de Ensino Médio.

Percebemos que, primeiramente, teríamos que nos apropriar da linguagem podcast e das ferramentas necessárias para o desenvolvimento do podcast.

A princípio, chegamos a conclusão que não teríamos dificuldade em relação aos recursos necessário à gravação de um programa em áudio:
  • Para gravação de áudio: Skype, celular (smartphones);
  • Edição de áudio (matéria bruta): Programas de código aberto, como por exemplo o Audacity;
  • Vinhetas, efeitos sonoros, BG (música de fundo), abertura e fechamento do programa: retirados do Youtube ou produções próprias.
Porém, foi na edição do áudio que surgiram as maiores dificuldades.
Apesar disso, para uma primeira experiência, o resultado não desagradou tanto.


Atualização: Como sendo uma gravação experimental, o nome do Podcast era provisório. E alguns participantes citados na abertura do programa não fazem mais parte do projeto.



01 - Dicas de Leitura



O primeiro artigo lido pelo grupo (após as primeiras dificuldades na gravação do podcast de estreia) e que será nossa primeira dica de leitura (e um lembrete eterno para toda vez que formos gravar um novo áudio) foi escrito por João Batista Bottentuit Junior e Clara Pereira Coutinho do Instituto de Educação e Psicología da Universidade do Minho.

Artigo intitulado:  Recomendações para Produção de Podcasts e Vantagens na Utilização em Ambientes Virtuais de Aprendizagem tratará sobre o acesso à informação e a necessidade crescente das pessoas preencherem o tempo gasto nas deslocações diárias. Com isso em mente, os autores abordarão o conceito de podcast equacionando as suas potencialidades educativas.

Nas recomendações gerais, os autores dão o passo-a-passo de como se conceber podcasts de qualidade:

  • Fazer um breve roteiro. Esboçar o caminho que pretende seguir. Não é necessário criar uma estrutura rígida com todos os detalhes previstos porque pode perder simpatia e naturalidade. O roteiro serve para não esquecer o que vai dizer e, ao mesmo tempo, contribui para eliminar os períodos de silêncio e os momentos de indecisão.
  • Preparar o material em papel, ler em voz alta para conferir a pontuação correcta, já que a falta de vírgulas e pontos ou uma leitura demasiado rápida poderá levar o ouvinte a interpretações distintas do objectivo proposto.
  • Realizar a leitura do texto com boa entonação, tentando fazer um discurso como se estivesse a manter diálogo com o ouvinte.
  • Realizar a gravação longe de fontes de ruídos.
  • Manter uma distância média (nem muito próximo, nem muito distante) do microfone para não prejudicar a qualidade da gravação.
  • Cronometrar o tempo de leitura total do episódio antes da gravação, evitando desta forma uma gravação sem desfecho, ou gravação repartida por excesso de tempo.
  • Caso ocorram erros após a gravação do episódio como, por exemplo, muito tempo em silêncio (no início ou fim da gravação) utilizar programas de edição de áudio para realizar os cortes das partes indesejadas.
  • Como recurso auxiliar utilize sons ou músicas de fundo nos episódios. As músicas e sons devem enriquecer a apresentação, por isso a escolha da mesma deverá passar por um processo de selecção.
  • Lembrar sempre da questão dos direito de autor quando disponibilizar som ou música que ainda não faça parte do domínio público.
  • A transição entre assuntos devem ser claramente percebidas, com recurso a sons ou entonação vocal; a falta destes recursos podem comprometer a qualidade do episódio;
  • Sempre que possível realize episódios com entrevistas e debates entre outros especialistas no assunto, já que esta pratica poderá agregar maior valor ao conteúdo e trazer novos conhecimentos.
  • Defina a periodicidade. Actualize seu podcast regularmente, uma vez por semana ou uma vez por mês. Faça isso apenas se tiver programas de qualidade. Não tenha receio de apagar arquivos que não estejam bons ou a seu gosto.
  • Ao convidar pessoas para a gravação de episódios (entrevistas e debates), deixar claro o objectivo e o tempo da gravação para que o convidado não ultrapasse o tempo nas respostas; PRISMA.COM n.º 6 133
  • Escolher o software que melhor se adeqúe às capacidades financeiras e tecnológicas do seu projecto, pois em alguns casos é possível rentabilizar os episódios com recursos e aplicativos mais sofisticados. Porém é possível realizar bons episódios com os softwares gratuitos disponíveis na web.
  • Após a gravação do episódio, verifique o tamanho (em Kb) do ficheiro. Caso o mesmo esteja muito grande é possível realizar a conversão do ficheiro para outros formatos a fim de comprimir o tamanho do mesmo. Esta preocupação é fundamental, pois ficheiros muito carregados demoram a serem enviados para a web (upload) bem como para download e dificultam também o seu armazenamento por quem possuí dispositivos de tamanho reduzidos.
  • Gravar episódios de 20 a 30 minutos, pois episódios de tamanho superior podem cansar e desviar a atenção do ouvinte;
  • Evitar o uso de gírias, estrangeirismos ou palavras de significado local, pois desta forma a audiência poderá transpor as barreiras esperadas (uma turma, uma cidade, outros países) e ser acedido por utilizadores geograficamente dispersos que também querem entender o conteúdo na íntegra;
  • Conferir sempre a altura do volume antes de gravar o episódio, pois gravações em volume muito alto ou muito baixo, podem definir o fracasso do episódio.
  • Ouça o novo programa antes de divulgá-lo.

Sobre o "Próxima Página"


Site criado com a finalidade de reunir e organizar as experimentações desenvolvidas durante o laboratório: Transdisciplinaridade do Texto Literário.
Aqui estarão reunidos também relatórios acerca das discussões que antecedem cada experimentação.
Além de dicas de leituras e de Podcasts que têm uma mesma abordagem ao tema proposto pelo "Próxima Página", que é a discussão sobre literatura.